O que pode mudar na postura de educadores ante o acesso irrestrito às informações públicas e privadas de seus alunos por meio das redes sociais
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No ambiente das redes sociais, as dúvidas éticas foram elevadas ao patamar 2.0. Neste local sem hierarquia, o professor não é uma figura que centraliza as atenções, como acontece em sala de aula. Ele é mais um nas fotos do grupo de "amigos" do Facebook, Orkut, MySpace, entre outras redes por onde os alunos transitam. Nesse quase anonimato, os docentes podem circular por galerias de fotos e recados, e, assim, terem acesso a informações que talvez não chegassem à sala de aula. Mas se por um lado essa aproximação pode estreitar laços entre aluno e professor, pode também transformar o docente em testemunha de atos de conduta questionável ou ilícita - como aconteceu com a professora Marta. São atitudes que vão da admissão em recados ou em comunidades da prática de cola em avaliações até ameaças de organização de brigas entre gangues, tudo isso praticado on-line.
A violência virtual, aliás, cresce na mesma velocidade que o avanço tecnológico. Uma pesquisa divulgada em maio último, e desenvolvida pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), em parceria com a Secretaria de Educação do Distrito Federal (Sedf-GDF), mapeou a cena virtual. Dos cerca de 10 mil jovens ouvidos, que estudam em 84 escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal, mais de um terço (36,5%) afirma já ter sofrido ciberviolência, e 17,3% já o praticaram. Entre as práticas mais violentas na web, os xingamentos foram os mais comuns (18,3% dos alunos afirmam ter sofrido e 8,4%, praticado), seguidos por invasão de e-mail (13,6% dos alunos já sofreram; 4,4% já praticaram) e fazer-se passar por outra pessoa (12,7 % e e 8,2%, respectivamente).
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