sexta-feira, 22 de maio de 2009

Aluno e subaluno

Muitas pessoas ficam meio chateadas quando eu falo sobre determinadas visões existentes na educação. Eu, muitas vezes, entendo o lado dessas pessoas. É que elas querem maquiar as coisas. Quando alguém tira a maquiagem e aparece a realidade crua, isso incomoda muita gente.

Vamos ao que eu quero dizer. Eu vejo toda uma orquestração, começada em Brasília, passando pela Capital do Estado e que chega nas nossas barbas, visando um modelo de ensino que forma aluno e subaluno.

Já deve ter gente com raiva, mas eu vou explicar. Eles (os teóricos da educação) dizem que devemos partir do conhecimento do aluno (e eu concordo) para desenvolvermos a aprendizagem do aluno.

Mas o problema não mora no começo, ele mora no final. Na prática, as escolas públicas partem do que o aluno sabe, roda em torno de nada, durante 8 anos do Ensino Fundamental e entrega o aluno analfa de pai e beta de mãe ao Ensino Médio. Isso é que eu chamo de formação de subaluno. Esse subaluno fica com o diplona na mão, sem poder ir para lugar nenhum, pois não foi formado com os conhecimentos mínimos.

Já a escola particular está formando alunos. São eles que conseguem os melhores postos de trabalho. São eles que chegam aos elevados postos na política e perpetuam esse ciclo vicioso.

O interessante (entenda-se cômico) é que eles (os teóricos) passam o tempo todo trocando nomenclaturas das fases existentes no processo de aprendizagem. Antigamente chamavam de "ano", não deu certo. Depois passaram a chamar de "série", não funcionou. Veio o "ciclo", não serviu para nada. Advinhe o que fizeram! Voltaram para "ano". Da para aguentar? Será que vai dá certo dessa vez?

Agora, eles querem juntar as disciplinas por áreas, no Ensino Médio. Mas com um detalhe: só no ensino público. Por quê? É simples. A escola particular continua dando certo no estilo que ela sempre adotou.

Continuemos a passar com os pés pelas mãos por mais algumas décadas!

5 comentários:

Profº Francisco Gondim disse...

Já veio um comentário anônimo de um valente. Se identifque como eu o faço.

ENTRETENDO & SINFORMANDO disse...

O texto produzido por você é um daqueles textos que eu deveria ter feito e não fiz.

ENTRETENDO & SINFORMANDO disse...

Quanto aos valentes, é bom que eles entendam o princípio da razoabilidade. Não me canso de dizer que se uma pessoa tem uma opinião tão contundente, tão importante, deve saber que ela não deve ter somente destinatário, mas também remetente.

Se alguém não concorda com minha opinião, que não concorde, mas todos têm o direito de saber quem está discordando de mim.

Lembrem-se que uma das muitas maravilhas dos blogs é o debate, de jogo aberto.

Quem quiser que dê valor, mas não gosto dos comentários e blogs anônimos. Se um comentário anônimo não é lá grande coisa, imagine um blog!

Profº Francisco Gondim disse...

Pois é, Xavier. Não tenho medo de debater com aqueles que pensam diferente de mim. O problema é ficar falando com quem eu não sei quem é. O interessante é que o comentário citado pede para eu mostre minha cara. Isso é hilariante. Alguém que não mostra a cara, exige isso dos outros!

Josiel disse...

Muito bom Francisco. Esse é um debate interessante. Vou fazer um comentário mais tarde.