quinta-feira, 12 de julho de 2012

Ignorância diplomada

Cresci ouvindo se dizer  que  a ignorância política do povo era causada pela falta de escolaridade. Pois bem. Passei um tempão acreditando nesse conto de fadas.

Hoje, mais maduro e com mais de dez anos em sala de aula, convivendo com adolescentes e jovens estudantes, digo com profunda tristeza que a educação, pelo menos em Upanema, tem sido quase inócua na tarefa de levar essa gente a ser diferente de um analfa de pai e beta de mãe.

A ignorância é tão grave que me acusam de só falar em política, quando estou em sala de aula. Ora, se o ser humano vive totalmente governado e em função da política, como viver sem falar no assunto? Eu falo de política, procurando explicar a realidade da vida e tentando levar meus alunos a se tornarem cidadãos conscientes e críticos. Esse é o principal papel da educação. O educador que não sabe fazer isso, deve procurar uma vaga na EJA: ele é um analfabeto.

Uma coisa eu tenho certeza: duvido que qualquer aluno me acuse de fazer politicagem em sala de aula. Eu, na qualidade de cidadão brasileiro, tenho todo o direito de revelar minhas convicções e em quem voto, mas me abstenho disso por opção particular. Ninguém pode provar nada ao contrário.

Já estou certo que existe uma classe de gente (aquela mesma, que tem mamado nas tetas do governo por 512 anos), querendo que a grande maioria da população brasileira continue analfabeta (pelo menos no nível do analfabetismo funcional), dessa forma, dependente das BOLSAS, até depois da morte.

Vai daqui o meu aviso: não vou parar de cumprir meu papel de educador. Quem não se acostumou com a nova realidade brasileira, trate de fazê-lo, caso contrário, procure um país que esteja naquele nível do Brasil dos anos setenta.

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