sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Poema de Natal

Do tempo e da Luz

Deus esculpe o tempo,
Esculpe também a profecia,
De Nazaré a Belém, há um hiato.
O censo é o meio, Roma se curva,
A destra do Augusto
É a mão do Eterno.

Tropéis avançam sobre a aridez,
A Luz dormita no ventre
Da bem-aventurada mulher
Que sacoleja no dorso,
Enquanto a poeira lhe cobre o rosto
E as pedras reverenciam o Rei.

Hospedagens não a acolhem
Da noite que esparge trevas,
Da angústia que golpeia os minutos.
Mas quem esculpe o tempo,
Providencia-lhe a estrebaria,
E a Luz emerge na manjedoura
 

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