sábado, 7 de maio de 2011

Refutando a nota do Governo do RN

O Governo está querendo brincar com a inteligência dos profissionais da educação e de toda a sociedade. A nota publicada no site oficial entraria na classificação de um texto cômico se não fosse classificada como tragédia. Vou fazer uma análise ponto a ponto, na tentativa de desmascarar essa peça indigesta.

  1. O texto fala da formação de uma Mesa de Negociação. Ora, mesa, cadeira, sofá, etc. não resolverá o problema da falta de cumprimento da Lei do Piso. A cada audiência que se fazia, era repetida a mesma história de que não se sabia das reivindicações ou que ia-se fazer um levantamento da real situação financeira do Tesouro Estadual. Por falar em mesa, a única que está com problemas é a da casa do professor que não tem seu salário corrigido há anos.

2. Dizer que o pagamento do Piso vai depender da Lei de Responsabilidade Fiscal é querer passar a ideia de que a Lei do Piso não é uma lei séria. Quem já ouviu falar que algum governo já deixou de pagar o reajuste salarial do salário mínimo, com a mesma alegação?

3. Diz que "a greve atual, a exemplo de todas as outras que acontecem todos os anos, é danosa porque interrompe o ano letivo e mata as expectativas dos alunos e familiares em relação à construção de um futuro melhor por meio da Educação" (sic.). Ora, primeiro não é verdade que haja greve todos os anos. Em segundo lugar, que o prejuízo de interromper o ano letivo por alguns dias é muito menor do que passar o ano todo com falta de professores, ou mesmo com professores frustrados com o salário de fome que recebe, não é verdade. Além disso, ainda existe o problema da falta de condições de trabalho existente na grande maioria dos estabelecimentos de ensino da rede.

4. Faz acusações a governos anteriores numa tentativa de responsabilizar Vilma e Iberê pela invenção do caos na educação, esquecendo que no meio desses governos anteriores estão os do DEM de José Agripino e os do PMDB de Garibaldi Filho, seus fies aliados. Ainda tenta passar a ideia de que o atendimento às reivindicações da categoria (grupos de interesses particulares (sic.)) é um empecilho para o projeto de educação do Estado.

5. Fala de aulões, cursinhos e contratação de professores, talvez pensando emcom essas ações incutir na mente do professor a sensação de que está ganhando o piso.

Finalmente conclama os professores ao retorno à sala de aula, com a barriga cheia de papa e o bolso, de rosas.

Termino meu texto com três lençóis ensopados.

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