domingo, 14 de novembro de 2010

Líderes mundiais comemoram, mas pedem libertação de mais presos em Mianmar


Da Agência Brasil, citando BBC Brasil

Brasília – Líderes de diversos países comemoraram a libertação da ativista política e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, hoje (13), em Mianmar (antiga Birmânia). As autoridades pediram pediram, ainda, a libertação de outros presos políticos mantidos pelo país.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, emitiu um comunicado oficial chamando Aung Kyi de “heroína e fonte de inspiração para todos que trabalham pelo avanço dos direitos humanos básicos em Mianmar". Segundo Obama, "os Estados Unidos aguardam ansiosamente pelo dia em que todas as pessoas de Mianmar estejam livres do medo e da perseguição", diz. Atualmente, a junta militar que governa o país mantém mais de 2 mil presos políticos.
O presidente da Comissão Europeia, José Manoel Barroso, disse, também em comunicado oficial, que Suu Kyi é um símbolo global de coragem e esperança. Para ele, a ativista deve ter "liberdade irrestrita de movimentação e de expressão", além de poder "participar completamente do processo político de seu país".
O ministro de Relação Exteriores japonês, Seiji Maehara, disse que seu país espera que o governo de Mianmar "tome mais medidas positivas no futuro para melhorar a situação dos direitos humanos e a democratização".
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que a detenção de Suu Kyi foi uma "farsa, orquestrada para calar a voz do povo birmanês".
Já o presidente francês, Nicolas Sarkozy, alertou o governo de Mianmar para "quaisquer restrições à liberdade de movimentação e expressão" da ex-prisioneira. Sarkozy disse que a França ficaria atenta a quaisquer restrições impostas a ela, que seriam consideradas "uma negação inaceitável dos seus direitos".
A Divisão de Ásia da organização internacional Human Rights Watch, porém, manteve duras críticas ao governo de Mianmar, mesmo após a soltura de Suu Kyi. "A libertação dela é um complô extremamente cínico do governo militar para distrair a comunidade internacional das eleições ilegais no país", disse um porta-voz da entidade.
O porta-voz do ministro do Relações Exteriores da Itália, Maurizio Massari, afirmou, em comunicado, que o ministro permanece "desapontado com o fato de a libertação de Aung San Suu Kyi não ter acontecido antes das eleições de 7 de novembro".
O secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon também pediu que as autoridades birmanesas libertassem outros presos políticos, em comunicado divulgado por um porta-voz.
Salil Shetty, secretário-geral da organização de direitos humanos Anistia Internacional, disse que a libertação de Suu Kyi, mesmo bem-vinda, "marca somente o fim de uma sentença injusta que foi ilegalmente estendida, e não é uma concessão das autoridades".
Em Hiroshima, no Japão, outros ganhadores do Nobel, reunidos no Encontro Mundial de Vencedores do Nobel da Paz, comemoraram a saída de Aung San Suu Kyi da prisão domiciliar.
O ex-presidente sul-africano Frederik de Klerk, que recebeu o prêmio em 1993, disse que a notícia é "maravilhosa". "Esperamos tê-la conosco no ano que vem", afirmou.

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