quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Nova polêmica sobre a formação de professores

CNTE Informa 505
Em meio às discussões sobre a construção do Sistema Nacional Articulado de Educação, que acontecem nas conferências preparatórias à CONAE 2010, a Câmara dos Deputados aprovou projeto que visa alterar o art. 62 da LDB. Pela proposta, oriunda do MEC e da deputada Ângela Amin (PP/SC), a formação de nível médio na modalidade Normal (Magistério) só será válida para atuação na educação infantil, mesmo assim, caso não haja profissionais de nível superior disponíveis na localidade.

Não obstante o mérito da matéria (click aqui para ler análise da proposta), a CNTE considera inoportuna a aprovação do PL, nesse momento, em razão de o mesmo não ter contemplado o debate social. A tramitação na Câmara ocorreu em caráter de urgência, e impossibilitou que especialistas e educadores discutissem o assunto com os parlamentares.

Outro ponto que chama atenção é o fato de o Projeto limitar-se aos professores. O art. 61 da LDB, introduzido pela Lei 12.014, considera três categorias de profissionais da educação: professores, especialistas e funcionários de escola. Assim, como pode o artigo subsequente regular a formação de apenas um segmento, no caso o magistério?

Diante das questões ora suscitadas, a CNTE solicitará aos senadores - próximo destino do PL - a suspensão da tramitação da matéria, até que a CONAE se posicione sobre o assunto. A Confederação também requererá ao MEC a retirada do pedido de urgência, a fim de que o tema possa ser melhor debatido pela sociedade e o parlamento.

Um comentário:

pedro paulino da silva disse...

Penso ser uma boa hora para trazer essa discussão.
Como uma lei pode considrar todos os servidores escolares em profissionais de educação e cobrar formação somente para os professores?
Outro ponto que deve ser discutido é a questão de profissionais de outras áreas serem contratados como professores sem formação específica como é o caso de biólogos, farmaceuticos, enfermeiros, contadores, advogados e tantos outros.
Poe acaso a legislação permite de um profissional da educação seja contratado como biólogo, enfermeiro, contador, advogado ou outro profissional?
Coisa de brasil ... de deputados ... e senadores!!!