Alguém já parou pra pensar sobre a qualidade da merenda que é servida às crianças e adolescentes nas escolas públicas municipais e estaduais de nosso país? E, como um pensamento puxa outro, quem é mesmo que fornece os produtos da merenda a este gigantesco mercado institucional formado pelos 47 milhões de estudantes da educação básica brasileira?
Infelizmente os estudos mostram que, a despeito dos avanços verificados nos últimos anos, a merenda escola precisa melhorar ainda muito, principalmente em sua qualidade nutricional. Por sabermos dos efeitos negativos causados pela má alimentação, esta não é uma questão menor, principalmente porque a merenda escolar é a principal alimentação de mais de um terço dos(as) alunos(as).
Só de recursos federais repassados a estados e municípios, a alimentação escolar movimenta um mercado institucional de 2,3 bilhões de reais ao ano. Lamentavelmente, 86% dos municípios e estados brasileiros investem na merenda escolar apenas os recursos repassados pela União.
Hoje, a maior parte dos produtos da merenda escolar são fornecidos por empresas distribuidoras de alimentos que, em sua grande parte, vivem exclusivamente disso: vender alimentação escolar.
Essa realidade começa a mudar em nosso país. Hoje temos uma nova lei, em fase de regulamentação, ‘que prevê a destinação de, no mínimo, 30% dos recursos destinados à aquisição de gêneros alimentícios para a alimentação escolar na compra de produtos da agricultura familiar’.
Estamos diante de mais uma ação que vai entrar para o meu cardápio das micro e invisíveis revoluções que acontecem em nosso país. Quando for de fato implementada, esta norma terá dois efeitos diretos: de um lado contribuirá para reforçar a renda dos(as) agricultores(as) familiares e, de outro, melhorará substancialmente a qualidade da merenda servida em nossas escolas públicas.
Mas é preciso que o(a) agricultor(a) familiar se organize e se capacite para participar deste que é um jogo até então jogado por poucos: se inserir neste importante mercado institucional.
E isto só acontecerá com informação, organização e formação de parcerias entre as diversas organizações da sociedade civil que atuam na área e os governos em seus diversos níveis.
Fonte: Blog do Deputado Fernando Mineiro
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