terça-feira, 10 de março de 2009

A mansão do econômico Agaciel

Poema publicado no blog de Dr. Salomão Gurgel

Miguezim de Princesa

I
Por mais que a gente procure,
Seja no ar ou no chão,
Ninguém encontra a receita
De tostão virar milhão.
Abençoado do Céu,
O famoso Agaciel
Adquiriu uma mansão.

II
Ganhando R$ 18 mil
Na Direção do Senado,
Ele fez economia,
Veja só o resultado:
Nunca gastou o salário
E tornou-se milionário
Por viver sacrificado.

III
Coitado do Agaciel:
Nunca foi a restaurante,
Seus ternos são da Colombo,
Seu carro é uma Variant
E,no dia que quer gastar,
Come é carne de jabá
Na feira do Bandeirante.

IV
Usa perfume da Avon,
Roupa da Riachuelo,
Sapato da Polyelle,
Descansa o pé no chinelo,
Assiste filme pirata,
Toma caldo de batata
No Boteco de Tranguelo.

V
Possui ponte fixa-móvel
E meia chapa completa,
Compra shampoo de babosa,
Passeia de bicicleta
Comprada em segunda mão
Lá na feira do Varjão
Da prima de Dona Neta.

VI
Quando a esposa reclama
Que está passando mal,
Nunca mais comeram fora
Etc e coisa e tal,
Ele se irrita com a dona
E bota logo uma mesona
Bem no centro do quintal.

VII
Trinta anos trabalhando,
Juntando níquel pra feira,
Comendo calango assado,
Balaiada de fateira,
O homem virou barão
E comprou uma mansão
Pra aliviar a canseira.

VIII
Crucificam Agaciel,
Eu não sei por que razão!
Foi numa máquina Olivetti,
Amolegando o dedão,
Ajeitando senador,
Que Agaciel juntou
Dinheiro com as duas mãos.

IX
Quando comprou a mansão
No Lago Paranoá,
Parecia até um sonho
(Não quis nem acreditar).
Com receio do povão,
Botou no nome do irmão
Pra ninguém desconfiar.

X
Por ordem de Zé Sarney,
Pediu exoneração.
Deixa o povo esculhambar,
Não lembram do Mensalão?
Cabra fica esculhambado,
Cingido e descachimbado,
Mas não perde o patacão.

Fonte: http://sg.pinheiro.zip.net/

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